Na última tarde, enquanto passava em frente a umas dessas bicicletas que vendem lanches no estacionamento da universidade, vi uma moça jogar um guardanapo no chão. Foi automático! Ela se viu não mais precisando do pedaço de papel e atirou-o ao chão, sem pudor ou culpa, talvez também sem perceber que havia um grande lixeiro ao seu lado. Ou o que seria pior, percebendo-o e ignorando-o. Automaticamente, também agi. Apanhei o guardanapo e continuei minha caminhada, jogando-o no lixeiro um pouco mais a frente. Imaginei que se eu voltasse para jogar no que estava ao lado da moça, poderia parecer arrogância minha.
Depois de colocar o pequeno papel em seu devido lugar, parei na bicicleta ao lado, onde havia salgados de forno sabor frango com molho branco. Na bicicleta concorrente só havia sanduíches e a cliente mal educada, junto de suas amigas. Pedi um salgado e um copo de refrigerante. No que comecei a comer e conversar com o senhor dono do estabelecimento móvel, ouvi risadas e a seguinte frase: “ah! Então foi uma indireta pra mim? Valeu, viu?” Depois se instalou um som de cochichado. Pouco depois, o assunto não pareceu mais estar em pauta entre as moças vestidas de branco. Talvez fossem estudantes de enfermagem, nutrição ou sei lá. Alguma área da saúde, certamente.
As olhei, sem que elas me percebessem e elas sorriam, conversavam sem preocupação alguma, talvez sobre o Shopping Rio Mar ou sobre a balada do último final de semana. O guardanapo realmente, não estava mais em voga e minha forma sutil de chama-la de mal educada já havia sido superada, deixado de lado. A sensação de ter sido ofendida também!
O senhor da bicicleta, percebendo isso tudo, ao final do ocorrido, que durou não mais que três minutos, me disse: imagina garoto, se todo mundo cuidasse do planeta como cuida essa moça. Pois é!, falei meio sem graça, respondendo ao simpático empreendedor que usava óculos de grau e carregava no rosto um sorriso tímido de muita leveza.
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